terça-feira, 2 de outubro de 2012

Brucelose Canina


Brucelose
É uma enfermidade infecto-contagiosa crônica que frequentemente ocasiona abortos em cães, bovinos, ovinos, caprinos e suínos.
Quanto à resistência, as espécies do gênero Brucella são bastante sensíveis aos desinfetantes comuns, à luz e à dessecação. Em cadáveres ou tecidos contaminados enterrados, podem resistir vivas por 1 a 2 meses em clima frio, mas morrem em 24 horas no verão ou em regiões quentes. A pasteurização as mata e, portanto, também a simples fervura.

Epidemiologia
As bruceloses são enfermidades de distribuição mundial. O sexo, a estação do ano e o clima não têm influência na apresentação da doença, mas a idade sim, pois as brucelas são mais infectantes para animais jovens, ainda que possam ocorrer em outras faixas etárias. Não há transmissores bem vetores especiais e os principais reservatórios são os próprios animais doentes. As fontes de infecção mais comuns s!ao a água, alimentos e fômites contaminados por aborto, placenta, secundinas e lóquios, mas em algumas espécies como a canina e a suína a brucelose é comumente de transmissão venéra (via coito). O animal adulto infectado não morre pela enfermidade.

Patologia
Brucella canis costuma ficar localizada na genitália e infonodos regionais tanto nos machos quanto nas fêmeas. Nos machos causa principalmente orquite e epididimite, e nas fêmeas aborto entre 44 e 55 dias de gestação, e metrite. A infertilidade é inevitável. A brucelose inter-espécies não é incomum, encontrando-se por exemplo infecções em cães por Brucella abortus e Brucella suinus. A brucelose enfim, pode ser doença inter-espécies ainda que o mais comum seja o agente de acordo com o hóspede de eleição. É importante ressaltar que todas as brucelas são patogênicas para o homem, considerando-se assim uma zoonose.

Clínica
Higromas, artrites e neonatos enfermos sempre devem merecer atenção como sinais suspeitos para possível diagnóstico de brucelose. Não há sintomas gerais como febre e outros, porque a doença tem tendência ao curso crônico e à endemicidade. Em alguns casos observa-se letargia, pelagem pobre, e rigidez dos membros posteriores.

Diagnóstico
A suspeita está baseada fundamentalmente nos sinais clínicos, entretanto o diagnóstico sempre será sorológico ou bacteriológico, porque há numerosas causas de aborto e porque os sinais de brucelose têm similares em outras enfermidades animais. Numerosos são os métodos sorológicos para diagnóstico da brucelose. O antígeno utilizado em geral é o de Brucella abortus que dá reação cruzada com todas as brucelas patogênicas, exceto aBrucella canis, pois para esta é imprescindível usar o antígeno homólogo. Quando uma prova é positiva há grande probabilidade de que o animal seja doente uma vez que a brucelose é uma doença crônica. Quando a prova é suspeita, deve ser repetida um a 2 meses após. Caso se mantenha o mesmo título ou o título diminua, a prova e o animal serão julgados negativos, ou seja, sem brucelose.

Prognóstico
Em condições naturais, o prognóstico da brucelose é bom quanto ao indivíduo no sentido de não causar morte, entretanto, para a criação é mau porque a doença é crônica e de caráter endêmico. A brucelose é uma zoonose e pode ser contraída pelo homem.

Profilaxia
Não alimentar cães com leite e derivados sem pasteurizar ou ferver, nem com carne ou vísceras cruas ou mal passadas; exigir dos proprietários interessados no uso de fêmeas como reprodutoras, teste sorológico de brucelose, como também exigir o teste para os machos. A castração dos animais enfermos deve ser considerada.
Consideramos os seguintes itens fundamentais para um perfeito esquema profilático:
  • Testar todos os cães do canil anualmente
  • Testar as fêmeas selecionadas para a reprodução algumas semanas antes do acasalamento
  • Não trazer nenhum cão novo para canil antes de ser ter 2 testes negativos para brucelose
  • Se uma fêmea abortar, isolá-la, fazer o teste, e desinfetar o local
  • Se um macho perder o interesse no acasalamento ou falhar na produção algumas, deve ser checado
  • Consulte o seu veterinário quando tiver dúvidas, como também para adquirir mais informações sobre a brucelose, e alerte outros criadores sobre a doença, que ultimamente tem-se alastrado muito.
Edgard Morales Brito e Dan Wroblewski, Revista Animais e Cia

leia mais em Portal da Cinofilia

Conclusão. A finalidade da matéria deste boletim é alertar os criadores sobre uma doença pouco conhecida da maioria deles até mesmo por não haver uma literatura muito rica. Apesar de não ser uma doença muito comum nos criatórios de cães no Brasil, a brucelose reveste-se de grande importância por:
1- Possibilidade de ser transmitida do cão ao homem;
2- Não existir, até o momento, vacina para a prevenção;
3- Ser uma doença insidiosa, facilitando o alastramento entre os animais sem o aparecimento de sintomatologia ou com sintomatologia muito pobre;
4- Por suas características biológicas, principalmente a reprodução intracelular, a efetividade do tratamento da brucelose ser sempre uma incógnita;
5- Apesar de não ser comum, a brucelose pode ser introduzida em qualquer canil prejudicando um trabalho de seleção de anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário